quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Jovem Poliglota

O britânico Alex Rawlings, de 20 anos de idade, fala 11 línguas e pretende aprender outros idiomas. As línguas que ele fala são: inglês, francês, grego, alemão, russo, espanhol, italiano, catalão, holandês, hebraico e africâner.
Após o russo, ele diz pretender estudar árabe. Dominar um idioma de uma certa família linguística ajuda-o a aprender outras do mesmo ramo linguístico.
Para o jovem, aprender idiomas é uma forma de conhecer pessoas e lugares. Assista o vídeo.
Acesso em 23 de fevereiro



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Tradutores da Bíblia: George Borrow (1803-1881)



George Borrow nasceu em East Dereham (Inglaterra) no dia 5 de julho de 1803. Como filho de um militar, passou sua infância em diversas localidades da Escócia e da Inglaterra devido às contínuas mudanças próprias da profissão do pai.  
Em 1810, conheceu a Ambrósio Smith, o cigano que marcaria em Borrow uma influência perene. À semelhança de Jônatas e Davi, Borrow e Ambrósio juraram amizade perpétua.
Em 1818, encontramos os dois juntos novamente e, desta vez, Borrow decide ir com seu amigo para um acampamento de ciganos, onde aprenderia seus costumes e a língua romani.
Extraordinariamente dotado para línguas, aprendeu galês, dinamarquês, hebraico, árabe e armênio. Alguns de seus livros favoritos já mostravam sua inclinação aventureira e em nada estática: Gil Blas (novela picaresca francesa), de Alain-René Lesage, O Peregrino de Bunyan e Robinson Crusoé.
Quando morre seu pai, Borrow com 21 anos vai para Londres com a esperança de publicar os trabalhos de tradução literária que fizera. Entretanto, a realidade foi hostil. Esta foi uma época de sua vida em que passou grande crise espiritual. Voltou a encontrar-se com Ambrósio Smith e foi viver com os ciganos, pondo ferraduras em cavalos. A cavalo, percorre boa parte da Inglaterra em busca de aventuras.
A grande mudança na vida de Borrow ocorreu em 1833, quando influenciado por um pastor que conhecia seus dotes para as línguas, solicita  emprego na Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. A primeira tentativa de ingresso não satisfez completamente a seus futuros chefes devido a uma frase ambígua para descrever sua vocação. Na segunda tentativa, Borrow mostrou mais clareza, convencendo ao comitê encarregado de admitir seu ingresso.
Seu primeiro destino como representante da Sociedade Bíblica foi a Rússia. Alí colaborou na transcrição e colação do manuscrito do Novo Testamento traduzido para a língua manchu e sua impressa. Também traduziu algumas homílias da igreja anglicana e duas coleções de poesia inglesa para o russo.
Em outubro de 1835, volta para a Inglaterra e a Sociedade Bíblica o envía para Lisboa com o objetivo de difundir a Bíblia em Portugal. Esta viagem marcará a vida de Borrow de uma forma que ninguém suspeitaria.
Após um curto período em Lisboa, Borrow decide ir para a Espanha e aí realiza a tarefa de difusão da Bíblia. Porém, para isso, ele necessita da permissão de Londres, apesar da permissão do governo espanhol para imprimir e distribuir a Bíblia sem notas em castelhano.
Voltando de Londres com a confirmação da Sociedade Bíblica, Borrow manda imprimir o Novo Testamento do Padre Scio sem notas, traduz o evangelho de Lucas para o caló e abre uma loja para vendas da Bíblia na rua do Príncipe, em Madrid.
Logo começam os problemas: em 1838, os livros são roubados da loja e Dom Jorgito (como era conhecido popularmente em Madrid) é preso.
Durante o período que ficou na Espanha, Dom Jorgito entrou em contacto com os ciganos de diversos povoados com o propósito de difundir o evangelho entre eles. Também viajou por diversas regiões da Espanha. Fruto de todo esse empenho foi sua popular obra A Bíblia na Espanha. Nessa obra, duas Espanhas são retratadas: a  oficial, reacionária e clerical, e a popular, castiça e espontânea.

Folha de Apresentação do Evangelho de Lucas em caló[1]

Manuel Azaña (foto ao lado), que mais tarde será o presidente da II República Espanhola, foi o tradutor e quem assinou o prólogo de A Bíblia na Espanha. A descrição que Azaña faz de Borrow no prólogo desta obre é o seguinte:
 “Borrow era alto, franzino, de pernas longas, de rosto oval e testa em forma de oliva. Tinha o nariz aquilino, porém não tanto largo. A boca, bem desenhada; olhos escuros e muito expressivos. Com uma precoce lucidez, a cabeça ficou completamente branca. As sobrancelhas largas e proeminentes davam ao rosto uma destacada aparência escura”.

Em 1840, Borrow volta para a Inglaterra onde se casa e publica vários livros, entre outros o já mencionado A Bíblia na Espanha. Morreu em Oulton, com a idade de 78 anos.



Lucas 9:57-60 em caló



Acesso em 21 de janeiro de 2012, às 19:00 horas
Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Usado com permissão.



[1] Linguagem própria dos ciganos da Península Ibérica que combina o léxico do romani, de origem indo-ariana muito evoluída devido aos costumes nômades do povo roma, e a gramática do castelhano e de outras línguas peninsulares (N. do Trad.).

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Tradutores da Bíblia: Jan Bretkun (séculos XVI-XVIII)



O primeiro tradutor da Bíblia para a língua lituana foi Jan Bretkun (Bretkunas), ministro em Labiau em Königsberg (que faleceu em 1602 ou 1603). Ainda que tenha traduzido toda a Bíblia (tarefa que executou entre os anos 1579 e 1590) só os Salmos foram publicados em Königsberg, no ano de 1625. Nessa edição, foram introduzidas muitas mudanças por J. Rhesa, editor da obra. O manuscrito pode ser encontrado na Biblioteca da Universidade de Königsberg.


João 1:1-8 em lituano



Acesso em 21 de janeiro de 2012, às 18h10.
Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Usado com permissão.

Tradutores da Bíblia: Johann Bugenhagen (1485-1558)



Johann Bugenhagen (1485-1558), teólogo luterano alemão, conhecido pelo apelido de “Doutor Pomerano’. 
Nascido em Wollin, Pomerânia (reigão da atual Polônia), e ordenado sacerdote em 1509, converteu-se ao luteranismo em 1520 depois de ler O Cativeiro Babilônico de Martinho Lutero, com quem Bugenhagen manteve uma sólida amizade.
De 1521 a 1528, foi professor de teologia na Universidade de Wittenberg e pastor de uma igreja, trabalhando depois durante 14 anos na organização das igrejas protestantes em Brunswick, Hamburgo, Lübeck, Pomerânia e Dinamarca. Bugenhagen ajudou a Lutero na tradução da Bíblia e realizou sua própria tradução para o Baixo Alemão. A mais conhecida de suas obras é Interpretatio in librum psalmorum (Interpretação do livro dos Salmos, 1523). Morreu em Wittenberg, em 1558.

Johann Bugenhagen

Acesso em 21 de janeiro de 2012, às 18:11 horas
Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Usado com permissão.

Tradutores da Bíblia: Elias Boudinot (c.1804-1839)




Elias Boudinot (c.1804-39) foi o primeiro índio americano editor. Seu primeiro nome americano era Buck Watie. Pertencia à tribo cherokee, sendo seu nome indígena Galagina (cervo). Era irmão do famoso general confederado Stand Watie. Estudou em uma escola de uma missão morávia, sendo enviado por sua família para lá quando era menino. Amparado economicamente pelo pastor Boudinot, Watie tomou o sobrenome de seu bem-feitor para honra do mesmo. Ao ingressar na faculdade teológica, apaixonou-se por uma mulher branca com quem se casou. Esse fato gerou protestos inclusive dos cristãos brancos que apoiavam às causas indígenas. Começou sua carreira como tradutor da Bíblia e de hinos para a língua cherokee em parceria com o missionário Samuel Worcester. Em 1825, haviam traduzido o Antigo e o Novo Testamento.
Estabelecendo-se em Geórgia publicou entre 1828 e 1832 o Cherokee Phoenix, o primeiro periódico indígena. O periódico era bilíngue, escrito no silabário cherokee, inventado por Sequoyah, e em inglês.
 Foi assassinado por outros índios cherokees em decorrência das rivalidades entre seus compatriotas que não concordavam em relacionar-se com o governo branco.


Acesso em 21 de janeiro de 2012, às 18:03 horas
Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Usado com permissão.

Tradutores da Bíblia: Symon Budny (1530-1593)



Symon Budny, bielorrusso de nascimento, foi por convicção defensor do  socinianismo durante a Reforma (o nome socinianismo vem de Fausto Socino que ensina uma doutrina sobre Deus similar ao arianismo, negando a Deidade de Cristo). Por essa razão, Budny, que nasceu em uma família ortodoxa e mais tarde se identificou com o calvinismo, foi excomungado.
Sua atividade editorial estendeu-se pelas terras da Bielo-Rússia, Lituânia e Polônia, sendo, além disso, um brilhante escritor polêmico que focalizou suas críticas  à Igreja oficial.




João 1:1-8 en bielorruso

Publicou em bielorrusso uma Catequese (Katechizis) em cujo prólogo animou aos senhores feudais bielorrusos a usar sua língua materna, acusando ao mesmo tempo à Igreja oficial (ortodoxa) de ignorância e excesso de conservadorismo.
Destacou-se como tradutor ao verter para o polonês o Antigo Testamento, acompanhando seu trabalho com introduções e comentários aos livros, que mais tarde dariam início à crítica filosófica da Bíblia na Bielo-Rússia.
Os calvinistas poloneses editaram uma tradução da Bíblia para sua língua sob ajuda do príncipe Nicholas Radziwill (1515-1565). Para isso, uma comissão de teólogos e eruditos conduziu a tarefa, terminando-a e publicando-a em Brest-Litovak, em 1563 com a ajuda financeira do príncipe. Por isso, essa tradução é chamada de Bíblia de Brest ou de Radziwill. Os tradutores consultaram para a tradução do Antigo Testamento o texto hebraico, versões latinas antigas e modernas. Porém a Bíblia de Brest não foi recebida com agrado por todos. Havia calvinistas que suspeitavam a tradução favorecia a interpretações socinianas e, contraparte, havia socinianos que não a usaram por acharem também suspeita de não defenderem seus ideais. 
Simon Budny mesmo acusou à tradução de Brest de: (1) não ter sido preparada de acordo com os textos originais, seguindo apenas a Vulgata e outras versões modernas; (2) os tradutores terem se preocupado em utilizar uma língua polonesa mais elegante do que fiel ao texto bíblico. A partir daí, tomou a responsabilidade de fazer uma nova tradução “feita a partir do hebraico, grego e latim para o polonês”. Tal obra foi impressa em 1572, na cidade de Nesvizh. Entretanto, na impressão foram introduzidas mudanças que não foram aprovadas por Budny – razão pela qual o mesmo repudiou o Novo Testamento, publicando outra edição em 1574. Porém, a mesma recepção dada a tradução da Bíblia de Brest era agora dada a tradução de Budny. O sociniano Adam Czechowicz publicou uma nova e melhorada edição do Novo Testamento em Rakow, em 1577. No prefacio, menciona-se que Czechowicz procurou fazer uma tradução segura, porém não suprimiu as ideias socinianas, como por exemplo, a utilização de “imersão” em lugar de “batismo”.

Acesso em 21 de janeiro de 2012, às 18:10 horas
Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Usado com permissão.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Avivamento em Missões


Os cinco vídeos abaixam são uma única mensagem do missionário, pastor, escritor e teólogo Russel P. Shedd realizada na Primeira Igreja Batista de João Pessoa, acerca da ação de Deus ao longo da história a fim de fazer sua glória conhecida entre as nações, ou seja, aquilo que costumeiramente chamamos MISSÕES! Vale a pena parar um pouco e ser edificado por essa tão rica mensagem.










Tradutores da Bíblia: Jan Blahoslav (1523-1571)




Jan Blahoslav foi membro dos chamados Irmãos Boêmios, uma corrente nascida no seio do catolicismo no século XV e que mais tarde, na época da Reforma, se filiaria ao protestantismo. Daí surgiriam a Unitas Fratrum[1] ou Irmãos Morávios.
Blahoslav estudou na Alemanha, onde entrou em contato pessoal com Lutero e Melanchthon na sede da Reforma, ou seja, a cidade de Wittenberg. De volta à sua pátria, tornou-se bibliotecário do movimento na cidade de Mlada Boleslav. Com 30 anos foi consagrado pastor e com 34, bispo.
Sua obra abrange diversas áreas: como linguista, escreveu uma Gramática Tcheca (1571. Nessa obra, descreve os distintos dialetos da língua tcheca. Como dirigente eclesiástico, recopilará uma coleção de hinos da Unitas Fratrum. Também escreveu sobre questões morais e éticas.
Como tradutor, Blahoslav traduziu o Novo Testamento (1564) para o tcheco, tomando por o grego, mas sempre consultando as versões latinas. Seu desejo de ser fiel ao texto original grego incentivou uma equipe de tradutores da Unitas Fratrum a se entregar ao trabalho da tradução completa da Bíblia. Este trabalho a ser denominado Biblia de Kralice (Bible kralická), fazendo menção do lugar onde mesma foi edita.
A Bíblia de Kralice foi publicada em seis volumes entre 1579 e 1584, tornando-se um fato de importância cultural e fixando a literatura  em língua checa. Na Bíblia de Kralice, foi o utilizado o Novo Testamento de Jan Blahoslav.
Este herói cristão morreu na Morávia, a mesma terra que o viu nascer.


João 1:1-8 em tcheco (Bíblia de Kralice)

Acesso em 21 de janeiro de 2012, às 18 horas
Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Usado com permissão.


[1] Nome oficial da Igreja Moraviana. A tradução do nome Unitas Fratrum – Unidade dos Irmãos, não deve ser confundida com a pequena unidade da Igreja dos Irmãos, no Texas (EUA). Tem fonte ênfase na unidade cristã, na unidade pessoal, na piedade, nas missões e na música. O emblema da igreja é o Cordeiro de Deus com a bandeira da vitória, cercado pela inscrição: Vicit agnus noster, eum sequamur – O Nosso Cordeiro já conquistou, vamos segui-lo. In: http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_Moraviana (Acesso em 08 de fevereiro de 2012, às 15h45).

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Tradutores da Bíblia: Jachiam [Jacob] Bifrun (1506-1572?)


Jachiam Bifrun (cujo sobrenome também é escrito como Bivrun, em latim Biveronius e italiano Beveroni, Biveroni) nasceu em Samedan, no dia 8 de abril de 1506, quanto ao ano de sua morte há dúvidas sobre quando ocorreu. Bifrun foi um dos mais ativos divulgadores da Reforma em Engadina. É de sua autoria a tradução do Novo Testamento para o romanche,[1] publicada em 1560.
O trabalho de Bifrun tem enorme importância cultural e linguística para o romanche (engadino), pois seu empenho criou a escrita para uma língua de uso popular e ágrafa,[2] capaz de expressar com elegância os conceitos evangélicos. Pode-se dizer que o Novo Testamento de Bifrun teve para o romanche a mesma importância linguística que a Bíblia de Lutero para o alemão.
Para sua obra, Bifrun utilizou o Novo Testamento latino de Erasmo de Roterdã, usando o texto alemão de Lutero e uma tradução protestante italiana. Bifrun tinha consciência das grandes dificuldades que o esperavam. Em seu prefácio (primeiro exemplo de prosa engadina original), ele se defendia das acusações que poderiam surgir por haver ousado escrever em uma língua carente de tradição literária. Alguns de seus contemporâneos pensavam:

“che nu saia pussibel da scriuer indret l'g Arumauntsh, per che schji füs sto pussibel dalg scriuer, schi l'g hauesser êr nos ujiilgs, quaels chi sun stos sappiains, scrit”.

Porém, ele respondia que se era possível escrever em francés e alemão, também era possível escrever em romanche e

“otêrs languax quaels chi sun plü grêfs e plü fadius sco l'g nos”.

Reconhecia a dificuldade de não existir modelos que para seguir,

“"per che eau nun hae pudieu havair, üngiüns cudesths (= libros) ne chiartas chi saien stôs stampôs ne scrits aquidauaununt in nos lanuguaick, ne êr alchiün chim hegia sauieu intraguider...”

Abaixo, é possível ler um fragmento da tradução de Bifrun do evangelho de João 14:1-8:

“Et dis a ses discipuls: Vos cour nu s'daia conturblêr. Vus craiaias in dieu, craiè er in me. In la chiesa da mes bab sun bgierras maschuns. Che schi füs otergin schi haues eau dit a uus, eau uing à parderschèr à uus ün loe. Mu scheau min uing â parderschèr à uus un loe, schi tuorn eau darchio à prender uus tiers mè, che innua ch'eau uing, uus sappias, el sappias la uia. Thomas dis agli: Signer nus nu sauain innua che tü unes, et co pudains sauair la uia? Iesus dis agli: Eau sun la via, et la uardaet, et la uitta. Vngiün nu uain tiers l'g bab, upoeia cha saia três mè. Schi uus hauesses cunschieu me, schi hauesses schert cunscjieu er mês bab. Et huossa cunschais el, et hauais uis aquèl. Philippus dis agli: Signer amuossa a nus l'g bab schi hauains auuonda”.


João 3:16 em Alto Engadino


João 3:16 em Baixo Engadino

A língua romanche (ladina é outro título para a mesma, mas não confunda com o dialeto judeu-espanhol, denominado ladino) é uma língua romance minoritária falada nos cantões suíços e na Itália setentrional. Ele ocorre em dois dialetos: sobresselvano e engadino.[3]

FONTE:
Acesso em 21 de janeiro de 2012, às 16 horas
Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Usado com permissão.


[1] Também chamado apenas de reto-romanche ou rético. É falado no cantão suíço de Grisões. Daí ser também chamado de engadino, grishum ou grisão. É uma língua derivada do latim assim como o português [N. do Trad.].
[2] Língua apenas falada, ou seja, não existe na forma escrita [N. do Trad.].
[3] Outros autores apresentam divisão diferente dos dialetos: Baixo Engadino (Vallader), Alto Engadino (Puter), Sobremirano (Surmiran), Subselvano (Sutsilvan) e Sobresselvano (Sursilvan [N. do Trad.].

Tradutores da Bíblia: William Bedell (Século XVII)


 
William Bedell nascido em 1571 e morto em 7 de fevereiro de 1642, foi um bispo anglicano da Igreja da Irlanda em Kilmore de 1629 a 1642, quando morreu e foi e sepultado no terreno que pertencia a sua igreja.

Considerado com um grande estudioso e agradável pessoa, durante a rebelião católica de 1641. Esse levante ocorreu como reação separatista dos católicos da Irlanda frente a supremacia protestante dos ingleses.





Catedral de Kilmore





Com a ajuda de outros tradutores traduziu o Antigo Testamento para o gaélico irlandês. Três cópias originais podem ser vistas na catedral de Kilmore. Outras cópias estão no Trinity College, Dublin [Irlanda] e no Emmanuel College, Cambridge [Inglaterra]. Sua tradução foi reimpressa muitas vezes e uma revisão foi realizada pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira em 1827 (Ao lado parte do Salmo 47 em gaélico irlandês).

















Fontes:
Acessados em 07 de fevereiro de 2012.
O material da Promotoria Espanhola de Linguística foi traduzido e utilizado com permissão da mesma.
Tradução feita por Marcos Paulo da Silva Soares

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tradutores da Bíblia: Beda, O Venerável (672-735)


Beda (nascido em 672/673, tradicionalmente em Monkton em Jarrow, Northumbria e morto em 25 de maio de 735 em Jarrow) passou a maior parte de sua vida no monastério da localidade onde nasceu, pois com apenas 7 anos entrou para o mesmo. Nunca se afastou de lá mais do que alguns quilômetros. Isso não foi obstáculo para que Beda alcançasse grande erudição e piedade, o que lhe valeu o título de Venerável.[1]
Escreveu sua História ecclesiatica gentis anglorum.[2] Isso lhe fez merecedor da alcunha "Pai da História da Inglaterra". Além da história, seu campo de saber se estendia à gramática, retórica, música, matemática, física, astronomia e teologia. Escreveu comentários sobre livros do Antigo e do Novo Testamento e traduziu o evangelho de João para o anglo-saxão. Sobre isso existe um cena ocorrida na última etapa de sua vida: Pouco depois de começar a tradução, foi acometido de uma grave doença; no entanto, ele continuou sua tarefa terminando-a pouco antes de morrer. Na manhã do dia de sua morte, restava um capítulo por traduzir. Ao lado de seu leito de morte estava seu amanuense. “Toma a pena” – dizia-lhe Beda, sentindo que cada minuto lhe era precioso – “e escreva rapidamente”.
À medida que o amanuense lia na Vulgata, versículo após versículo, o capítulo final do evangelho de João, Beda traduzia o mesmo para o anglo-saxão e o amanuense escrevia suas palavras. Neste momento, foram interrompidos pela entrada, no quarto, de certos oficiais que vinham lhe homenagear com música. Após ficarem sozinhos de novo, o amanuense voltou a tomar nota do que lhe falava o Venerável: "Mestre" – disse-lhes o amanuense – “falta o último versículo". Beda lhe respondeu: “Então, apressa-te”. O amanuense leu o texto em latim, Beda o traduziu para o anglo-saxão e o amanuense escreveu. “Está concluído” – disse o amanuense com grande alegria. A isso, Beda respondeu: “Certamente como disseste, está concluído”. Levantando suas mãos, Beda exclamou: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. Tendo feito isso, expirou.

  João 1:1-8 em inglês antigo ou saxão ocidental

Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares
Usado com permissão


[1] O mesmo que respeitável (N. do Trad.).
[2] História Eclesiástica dos povos anglo-saxões (N. do Trad.).

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Tradutores da Bíblia: Moisés Arragel (Século XV)



O Rabino Moisés Arragel foi um judeu natural de Guadalajara (Espanha). Por encargo de Dom Luis Guzmán, Mestre da Ordem de Calatrava, realizou uma tradução castelhana da Bíblia hebraica com comentários em espanhol.
Ainda que fique assombrado com a complexidade da tarefa, uma vez aconselhado pelo franciscano Arias de Encina, conclui em 1.433 a tradução que passará ser chamada de Bíblia de Alba - sendo uma das primeiras traduções conhecidas para uma língua românica. Esta versão segue a Vulgata somente nas passagens em que a mesma não se distancia do texto hebraico.
No início de sua obra, conservada em um manuscrito ornamentado com preciosas miniaturas, parece a relação entre o tradutor e comentador judeu com o Mestre de Calatrava e os sábios franciscanos de Toledo, devido ao trabalho que realizaram juntos. A ornamentação, com era proibida a um judeu, ficou a cargo dos franciscanos.


[Página da Bíblia de Alba, 2 Samuel 2:23]

A figura abaixo apresenta a passagem em que o profeta Elias é alimentado por corvos no ribeiro de Querite e sua permanência posterior na casa da viúva de Sarepta. Estas passagens encontram-se no livro de 1 Reis 17.


 [Página da Bíblia de Alba]
Para redigir seu comentário, o Rabino Moisés Arragel compilou os comentários de eruditos e teólogos judeus e cristãos, destacando-se entre os primeiros temos Raši, Rabino Abraham ibn Ezra,[1] Maimônides,[2]  Nachmânides,[3] Rabino Josef Quimhí, Rabbenu Aser, Rabino Solomom ben Adret, Rabino Ya'acob, Rabino Nissim de Barcelona e os comentários de autores cabalistas.
Em várias passagens de seu comentário destaca sua consciência e orgulho nacional, pois segundo suas próprias palavras os reis da Espanha tinham o costume de honrar aos judeus de seu país por suas qualidades e virtudes. Por isso os judeus espanhóis ultrapassam aos judeus da Diáspora[4] 
"em linhagem, riqueza, bondade e ciência. Os reis e senhores de Castela sempre falaram que toda conquista para os judeus seja na lei gentílica ou na lei judaica e outras ciências conhecidas foi elaborado pelos judeus de Castela. Por esse ensino os judeus em todos os reinos para onde foram espalhados são beneficiados."[5]
Naturalmente estas palavras foram escritas antes dos fatais acontecimentos que ocorreriam décadas mais tarde e que resultariam no assassinato da tolerância para com os judeus.



[Página da Biblia de Alba Gênesis 4:5-10]
Os magníficos quadros que ornamentam a Bíblia de Alba descrevem muito bem a posição social deste erudito judeu, que aparece ao lado de cristãos, vestido tipicamente com suas indumentárias e conduzindo a divisa especial, símbolo da identidade judaica.
O texto da Bíblia de Alba ocupa 513 fólios, dos quais 25 compõem-se de cartas entre D. Luis Guzmán e Moisés Arragel, com 334 miniaturas. Depois da expulsão dos judeus em 1492 da Espanha, não se sabia a respeito da Bíblia de Alba. Em 1622, ela foi encontrada na biblioteca do Palácio de Liria, residência do Duque de Alba. Em 1992, nas comemorações do 5º centenário da expulsão, a Duquesa de Alba - localidade em Salamanca - autorizou a edição em fac-símile de 500 exemplares. Um deles foi dado ao rei Juan Carlos I, da Espanha, como reconhecimento da histórica contribuição que as comunidades sefarditas[6] fizeram na cultura espanhola.

Traduzido por Marcos Paulo da Silva Soares



[1]  O rabino Abraham ben Meir ibn Ezra, conhecido também como Aben Ezra ou Esra, Abraham Judaeus, Abendre e Avenara. Cognominado como O Sábio, O Grande, O Admiraável. Conhecedor de diversas áreas: poesia, filosofia, gramática, cábala, medicina, matemática e astronomia. Em 1934, em sua homenagem, foi batizada uma cratera lunar com o nome de Abenezra (N. do Trad.).
[2] Moshé ben Maimón ou Musa ibn Maymun. O nome Maimônides ou RaMBaM (acrónimo de suas iniciaies em hebraico. Ficou conhecido nos círculos cristãos com Rabi Moisés o Egipcio. Destacou-se com médico, rabino e teólogo – o mais célebre da Idade Média.
[3] Rabi Moshe ben Nachman, conhecido no judaísmo pelo acrônimo Ramban (de Rabbi Moshe ben Nahman), foi um rabino catalão, médico e um grande conhecedor da Torá. Interessava-se pelo misticismo judeu, a cabala (N. do Trad.).
[4] Dispersão de povos por motivos políticos ou religiosos, em virtude de perseguição de grupos dominadores intolerantes (N. do Trad.).
[5] O texto original está em escrito em castelhano arcaico: "en linaje, en rriqueza, en bondades, en sçiençia. E los reyes e señores de Castilla siempre fallaron que todo o lo mas que oy los judios auemos de glosa ssobre la ley e en las sus leyes e derechos e otras sçiençias fue fallado conpuesto por los sabios judios de Castilla, e por su doctrina oy sson regidos los judios en todos los reynos de la su trasmigraçion" (N. do Trad.).
 [6] Os judeus descendentes dos primeiros israelitas de Portugal e da Espanha, expulsos, respectivamente, em 1496 e 1492 (N. do Trad.).

Sons e Línguas - O Fazer Missões através da Tradução da Bíblia em Poesia

Abaixo segue o texto do Folheto Sons e Línguas, da Missão ALEM, que descreve de modo singelo o trabalho do missionário-tradutor de Bíblia...